Pastoral da Terra denuncia mortes de 13 trabalhadores em assentamento no Pará

A Coordenação Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT) denunciou nesta quinta-feira (30) que, entre os dias 17 e 19 de setembro, 13 trabalhadores do assentamento Rio Cururuí - município de Pacajá, no Pará - foram mortos. A entidade associa as mortes ao interesse de madeireiras da região.
O assentamento Rio Cururuí foi criado pelo Incra em terras da União e implantado em 2005. A área, segundo a Pastoral, era cobiçada pelas madeireiras. Em nota, a CPT afirma que, no mês de maio de 2007, a imprensa noticiou que pistoleiros ligados a madeireiros expulsaram dezenas de famílias da área, destruindo seus bens. E acrescenta: as famílias que retornaram viviam dominadas pelo medo de novamente serem agredidas.
A nota cita também que, desde 2008, as pastorais Anapu e de Tucuruí vêm recebendo denúncias de assentados sobre o abandono em que vivem, e que um grupo de 70 famílias começou a ser pressionado – pelo Incra e pelos dirigentes do assentamento, ligado à Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetraf) – a deixarem a área na qual haviam sido colocados pelo Incra em 2004, antes da implantação do assentamento, sob a alegação de ocuparem a área de reserva legal do projeto. 
A reserva porém, diz a nota, está sendo explorada por madeireiros. Alguns, diz a CPT, sem a devida autorização de manejo florestal pois, em junho deste ano, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e policiais da Delegacia de Conflitos Agrários do Pará (Deca) aprenderam 1,4 mil metros cúbicos de madeira retirados ilegalmente da área.
As denúncias dos assentados haviam sido repassadas à Ouvidora Agrária Nacional do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Posteriormente, elas teriam chegado ao conhecimento dos denunciados. Isso, segundo a Pastoral, acabou desencadeando o conflito, a ponto de assumir “as dimensões de uma chacina”, diz a nota.
Agência Brasil

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