Engenheiro que construiu o edificio Real Class tem um ano de formado

Em entrevista coletiva neste domingo (30) o proprietário da construtora Real, Carlos Otávio Lima Paes declarou que, a obra estava totalmente regulamentada, e que todos os procedimentos padrões foram realizados durante a construção. 'Contratamos duas empresas terceirizadas para fazer a sondagem do solo e para ser feito a fundação do edifício. Após isso, começamos a construir o edifico para cima', explicou o Paes. O edifício Real Class, que estava em construção na Rua 3 de maio, entre Avenidas José Malcher e Magalhães Barata, desabou na tarde de ontem. Seis pessoas foram consideradas desaparecidas. Um corpo foi encontrado na madrugada de hoje e uma funcionária foi localizada com vida. Quatro pessoas ainda estão desaparecidas. As buscas continuam na área.
O engenheiro responsável pela obra é o filho do proprietário, Carlos Otávio Jr, formado apenas há um ano. Apesar da pouca experiência, o Real Class seria o segundo edifício construído pelo engenheiro, o primeiro é o edifício Antonio Lemos, localizado na Travessa Tupinambás com a Mundurucus, segundo informou o dono da construtora.
Em relação à experiência de Carlos Otávio Jr, Paes foi conciso em dizer que tem plena confiança no trabalho desempenhado pelo filho. 'Esse era o segundo edifício construído por ele, no outro moram os meus três únicos filhos. Lá está a minha verdadeira fortuna', frisa Paes.
Segundo a construtora, todos os avarás necessários para a construção do edifício, de 34 andares, foram emitidos pelos órgãos responsáveis. Questionado pelos jornalistas sobre o solo ser impróprio, Carlos Otávio Paes, afirmou: 'Não existe solo impróprio, se isso fosse real, a ponte Belém - Mosqueiro não existiria, pois foi construída em cima da lama, além também da ponte Rio - Niterói', relatou.
Ainda de acordo com a construtora, será formada uma comissão de apoio para dar auxilio médico e psicológico para as pessoas que foram afetadas pelo desabamento. 
Explicação - O engenheiro contratado pela construtora Real, o professor da UFPA, Nagib Charone, explicou na coletiva porque o desabamento foi parecido com uma implosão. 'O que deve ter ocorrido, ainda é das hipóteses levantadas por nós, é que uma dos pilares cedeu. Quando isso acontece, o peso dela é distribuído para as outras, e caso elas não aguentem a ação delas cedendo faz parece com uma implosão. Seria um efeito dominó', explicou Charone.
Protesto - Alguns dos moradores que ficaram desabrigados por conta do desabamento, estavam no portão principal do prédio da Fiepa (Federação das Indústrias do Estado do Pará), local onde aconteceu a coletiva de imprensa, realizando uma manifestação contra a falta de auxílio da construtora. 'Eles não estão fazendo nada, isso é tudo mentira, essa história de hospedados em hotel é pura mentira', reclama o morador Robert Zoghbi.
Além de Robert, os dois genros da idosa que foi encontrada morta nesta madrugada, também estavam no local. 'Eles são um bando de incompetentes. São várias famílias que estão lá. Eles podem perder muito mais se eles não mudarem esses conceitos. Eu falo para os moradores que estão nesse outro prédio (Real Dream) para tomar cuidado', disse emocionado o vendedor Osmar Sousa.
Durante a entrevista coletiva a construtora negou que as casas ao lado do prédio que desabou estivessem rachadas. Mas os moradores que estavam no portão desmentiram a informação. 'Desde o início dessa obra começaram a aparecer problemas como rachadura na casa da minha sogra. E eles não fizeram nada', falou Alfredo Pereira Gomes.
Após perceber que o portão estava bloqueado, os representantes da construtora saíram pelo portão secundário. (Portal ORM)

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