Bombeiros resgatam terceira vítima do desabamento de edifício Real Class

Cabo Carlos - Ascom/CMBPA
Por volta das 12h30 desta quarta-feira (2) foi encontrado o corpo do operário Manoel Raimundo da Paixão Monteiro, terceira vítima do desabamento do edifício Real Class, ocorrido no sábado (29), na Travessa 3 de Maio. Foi a última vítima fatal resgatada dos escombros do prédio de 34 andares. Por volta das 12h45, ele ainda não havia sido retirado. "Ele se encontra debruçado sob os escombros", informou a Defesa Civil.
Pela manhã, familiares do operário José de Paula Barros identificaram o corpo retirado dos escombros por volta de 1h40 desta quarta-feira. José Barros foi achado na madrugada depois que as escavadeiras descobriram a mão do operário sexagenário, a segunda vítima identificada até então. Por volta das 10h a identificação do operário foi confirmada e o corpo liberado para a família, pelo Instituto Médico Legal.
O tenente coronel do Corpo de Bombeiros, Carlos Reis, disse que demorou cerca de uma hora entre a localização do corpo e a retirada completa de debaixo dos escombros. "Localizamos primeiro a mão do operário. Depois, nós paramos as máquinas e fomos para o trabalho de resgate minucioso para preservar melhor o corpo", explicou.
Depois que, por volta das 8h20 da manhã, foi achado um corpo de uma cachorra, aumentou a expectativa de que o outro corpo, do operário Manoel Raimundo da Paixão Monteiro fosse logo encontrado. Os familiares ficaram sob os cuidados do atendimento psicológico da Defesa Civil e de paramédicos e evitaram falar com a imprensa, mas até o final, se diziam esperançosos de encontrá-lo com vida.
O tenente coronel Carlos Reis disse que essa possibilidade era remota mas que eles não poderiam descartá-la. "Temos que estar preparados para qualquer situação", disse ele, ressaltando que a corporação trabalha com mais de 100 homens diariamente no local, entre bombeiros que trabalham no resgate e agentes da Defesa Civil, que acompanham e dão assistência a moradores e vítimas no local.
José Guilherme Monteiro de Melo, 40, colega dos operários do prédio, esteve no local e deu um depoimento emocionado à imprensa. Ele contou que trabalhou na obra no sábado, dia do desabamento. "Fiz o meu trabalho e saí no meu horário. Quinze minutos depois o prédio caiu. Eu estava no ônibus quando soube, porque eu moro em Mosqueiro. Voltei na mesma hora pro local", contou.
O morador da travessa 3 de Maio, Paulo Márcio Cecim, 38, professor do Cesep, disse que está desde o acidente sem trabalhar e que sua vida virou de ponta cabeça. Hospedado num hotel oferecido pela empresa construtora do prédio, ele não pode voltar para casa porque tem medo de risco de desabamento, diante de rachaduras no piso e na parede do imóvel. "Estou aguardando o laudo pericial do corpo de bombeiros para que eu possa saber o que fazer e se existe a possibilidade de voltar para casa. Isso daí mexeu muito com a gente. Não vamos esquecer isso nunca. A senhora que morreu no pátio da casa dela era nossa vizinha e nos viu crianças", contou.
O coordenador da Defesa Civil do Estado, major Augusto Lima, avisou que a Defesa Civil está atendendo a todas as solicitações de vistoria, mas que por enquanto apenas as casas e o prédio ao lado estão interditados. "Os moradores que estão se sentindo inseguros solicitam nossa vistoria. Estamos atendendo a todas as demandas assim que elas aparecem", disse ele.(Secom)

Atualização 17:00
Durante o resgate dos corpos dos operários, os bombeiros também localizaram o corpo de uma cadela. O animal, segundo vizinhos, sempre aparecia na obra para receber comida e carinho dos operários

Comentários