Operação “Defesa da Vida” combaterá violência no Pará, Amazonas e Rondônia

Rodolfo Oliveira/Ag. Pará
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, lançou na tarde desta quinta-feira (09) a operação “Defesa da Vida”, em Marabá, município do sudeste do Pará, acompanhado da ministra chefe da  Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes, da secretária de Segurança Pública Nacional, Regina Miki, e do diretor geral da Polícia Federal, delegado Leandro Daiello. Um forte aparato de segurança, formado por homens da Polícia Militar e Civil, da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional, recebeu o ministro em Marabá. Havia também agentes do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente).
Aos jornalistas, o ministro adiantou a entrada das Forças Armadas, sobretudo do Exército, na operação, que tem duas linhas de atuação. A primeira combaterá diretamente as ações do crime organizado, e a segunda será a força tarefa para acelerar os 1.700 inquéritos policiais que investigam mortes ocorridas nas áreas de assentamento na região.
Além do Pará, serão realizadas as mesmas ações nos Estados do Amazonas e de Rondônia. A operação foi declarada oficialmente aberta logo após a saída do ministro de Marabá. Na manhã desta sexta-feira (10) haverá uma reunião na Superintendência da Polícia Civil, para definir a logística do plano de combate à violência na região.
A ideia é deslocar as tropas militares para áreas onde são registrados mais homicídios. Uma segunda frente de trabalho analisará os inquéritos policiais que investigam os crimes na região. O número de policiais e os pontos de atuação não serão divulgados por medida de segurança.
De Marabá, o ministro seguiu para Manaus (AM), segundo ponto da operação, e depois viajará para o Estado de Rondônia. Antes de chegar a Marabá, o ministro passou por Belém, onde conversou com o governador Simão Jatene, que solicitou o aumento de vagas no sistema carcerário do Estado. Cardozo prometeu ajudar, dizendo ainda que o governo federal se empenhará em criar mais ações para o programa de proteção a famílias que residem em áreas de conflito agrário.
Canal aberto - Já a ministra Maria do Rosário Nunes teve uma longa conversa com os familiares do casal Maria do Espírito Santo Silva e José Carlos Ribeiro da Silva, assassinado no último dia 24 de maio na reserva extrativista Praialta-Piranheira, no município de Nova Ipixuna, localizado a 30 km de Marabá. Para a ministra, o Brasil não vai mais tolerar a violência no campo. “Chega de impunidade. O governo brasileiro quer demonstrar com essa força tarefa que estamos com um canal aberto com a sociedade, que se mantém mobilizada por meio dos movimentos sociais e de representantes da Justiça”, disse ela.
Em Marabá, a comissão do Ministério da Justiça permaneceu por quatro horas. Foram longas audiências, iniciadas com representantes da área de Segurança Pública. No local do encontro, José Eduardo Cardozo ouviu os familiares das vítimas e ainda recebeu reivindicações de trabalhadores rurais que estão acampados em frente à sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), em Marabá, pedindo melhorias em assentamentos e desapropriação de três fazendas, para abrigar 8 mil famílias. (Secom)

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