Pará tem maior número de mulheres no mercado

Desde 2009, no Pará, a taxa de crescimento do número de mulheres no mercado de trabalho foi de 7,9%, acima do nível nacional registrado, que alcançou 7,28%. Foi o que indicou o Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará (IDESP). São quatro grupamentos de atividades onde as mulheres são predominantes: serviços domésticos, educação, saúde e serviços pessoais.
Com as mudanças econômicas, culturais e políticas decorrentes da maior participação feminina na sociedade, especificamente, no mercado de trabalho, foi possível a diminuição da discriminação e uma inserção de ideias femininas nas mais variadas áreas de atuação.
Segundo o estudo do Idesp, a participação das mulheres foi gradativa: desde o desenvolvimento das habilidades já consideradas femininas, como a costura, culinárias e outros, até o destaque em profissões antes dominadas pelo público masculino, como a produção joalheira, por exemplo. Segundo o instituto, não só a ação do movimento de mulheres permitiu essa inserção, mas também a necessidade de obtenção de uma renda média maior.
No estado do Pará, a mudança foi mais destacada nos últimos 10 anos. De acordo com a pesquisa mais recente feita pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/PA), o contingente feminino no Estado aumentou em meio milhão de pessoas. A participação das mulheres corresponde a 39%, dentre os 951.235 empregos formais existentes.
A administradora Kelly Reis, 25, trabalha está no mercado de trabalho desde os 18 anos. “Confesso que não foi muito fácil, não tinha nenhuma noção do que eu tinha que fazer, mas com meu esforço e dedicação superei todos os obstáculos e descobri o meu potencial. Posso me considerar uma pessoa determinada. Sempre tive a visão de que mulher não é somente para aprender serviços do lar”, define.
Para a presidente do Conselho da Mulher Empresária, da Associação Comercial do Pará (CME), Ely Ribeiro, a discussão sobre a participação das mulheres nos postos de trabalho deve ser intensificada pelo empresariado feminino. “A participação da mulher nas finanças da casa é fundamental para a melhoria da qualidade de vida da família e para o fortalecimento da economia brasileira. A dedicação da mulher ao seu trabalho é ainda uma barreira a ser vencida por ela própria. Por uma questão cultural espera-se que a mulher além de trabalhar fora, assuma todas as funções da casa e filhos. Em virtude disso, muitas vezes ela desiste de trabalhar e aceita condições menos favoráveis financeiramente", explica Ely Ribeiro. (ACP)

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