Polícia deve denunciar mandante na segunda
A Polícia Civil do Pará disse que
identificou o suspeito de ter encomendado o assassinato do casal de extrativistas
José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, em maio deste ano, num
assentamento de Nova Ipixuna, no sudeste do Estado. O nome não foi informado.
O inquérito foi concluído ontem, após
o último depoimento, e deve ser enviado à Justiça na segunda-feira.
Em junho, a polícia já havia divulgado
o retrato falado de dois suspeitos de terem atirado em José Claudio e Maria.
O delegado Sílvio Maués, diretor da
polícia no interior do Pará, disse que as imagens ajudaram na “elucidação do
caso”, mas não confirmou se ambos foram localizados.
A reportagem apurou que a polícia
pediu duas vezes a prisão preventiva do mandante e dos possíveis assassinos,
porém os pedidos foram negados pela comarca de Marabá.
EMBOSCADA
No dia 24 de maio, o casal caiu numa
emboscada ao passar de moto por uma ponte precária do assentamento.
Eles andavam com pelo menos R$ 700,
que foram levados pelos assassinos. A polícia descartou, contudo, que o crime
tenha sido motivado por um assalto.
No local onde os dois foram mortos, um
monumento hoje relembra fala de José Cláudio durante uma palestra em Manaus
(AM).
Ele havia dito que vivia ameaçado de
morte e poderia ter o mesmo destino do seringueiro Chico Mendes e da
missionária Dorothy Stang, outros líderes assassinados na Amazônia.
A Polícia Federal, que também
investiga o duplo homicídio, prevê encerrar o inquérito no fim do mês.
Outros três assassinatos no campo
foram registrados no Pará após a morte dos extrativistas. Ninguém foi preso. A
polícia diz que não encerrou os inquéritos, mas nega relação com conflitos
agrários.(Diário do Pará)
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