Reunião discute formação dos Territórios Indígenas
A constituição dos
Territórios Étnicos Educacionais (TEE's) no Pará foi o tema da reunião ocorrida
na manhã desta sexta-feira (12), entre representantes da Secretaria de Estado
de Educação (Seduc), do Ministério da Educação (MEC) e da Fundação Nacional do Índio
(Funai), em Belém. O encontro também foi de apresentação e aproximação entre as
instituições, o primeiro na nova gestão estadual. Também participaram da
reunião representantes da Associação dos Municípios da Calha Norte (Amucan),
Secretarias Municipais de Educação de Oriximiná e São Felix do Xingu e
representantes dos povos Kayapó e Wai Wai.
Os TEE's
possibilitarão a mudança na forma e no contexto geográfico dos planejamentos
para a educação indígena. Entre os objetivos do território está a melhoria da
organização do atendimento do estado brasileiro com relação às comunidades
indígenas, em ações que vão desde a construção de escolas, alimentação e
transporte escolar, até a formação de professores. A organização de um
Território Étnico-Educacional leva em consideração a forma de organização dos
povos, seus aspectos culturais e ordenamento geográfico. Em todo brasil, 14
TEE's já foram pactuados. A previsão do MEC é de que, até o final deste ano, o
número chegue a 22.
De acordo com
coordenador de educação escolar indígena do MEC, Gersen Baniwa, as ações no
Pará ainda estão em fase inicial. “Estão previstos sete Territórios
Étnico-Educacionais, mas somente dois já foram pactuados. A nossa expectativa é
que se consiga avançar nas discussões com os demais territórios no segundo
semestre de 2011 e em todo o ano de 2012”, disse. Baniwa destacou o caráter
colegiado dos TEE's. “Os Territórios têm um colegiado que coordena, planeja e
delibera tudo o que vai acontecer em termos de política de governo. Isso,
inclusive, está previsto nas leis internacionais e no Estado brasileiro. Os
Territórios são, na verdade, uma mesa de diálogo”, acrescentou.
O secretário de
estado de Educação, professor Cláudio Ribeiro, destacou a importância da
cooperação entre União, estados, e municípios. “É fundamental que esses
sistemas trabalhem articuladamente. Nós, aqui no Pará, estamos, no nosso
programa de governo, partindo do pressuposto que a Seduc não tem que se
preocupar somente com a educação das escolas estaduais”, explicou. “No caso da
educação escolar indígena, o caráter estratégico dos territórios deve ser o
catalisador do processo de articulação”, disse, acrescentando que é fundamental
que se observe a diversidade da região amazônia quando o assunto é logística e
outros investimentos.
Retomada – Cláudio
Ribeiro também destacou as prioridades da rede pública estadual de ensino para
educação indígena. Ele citou a formação de professores indígenas, por meio do
curso de magistério, que foi retomada este ano. O curso foi iniciado em 2006,
mas até o momento nenhuma turma conseguiu concluir a formação, o que estava
previsto para ocorrer em 2008. “Conseguimos retomar a formação de professores
indígenas, de forma única e exclusiva, com os recursos do tesouro do estado”,
afirmou. (Agência Pará)
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