CNV volta à região do Araguaia para ouvir índios e camponeses vítimas de repressão durante o período da ditadura militar
A Comissão Nacional da verdade chega
ao Araguaia no próximo dia 16 para realizar uma série de atividades ligadas ao
grupo de trabalho que investiga casos de violações de Direitos Humanos
cometidos contra indígenas e camponeses durante o período da ditadura militar
(1964-1985).
Os membros da CNV Cláudio
Fonteles e Maria Rita Kehl, acompanhados dos assessores Pedro Pontual e Guaracy
Mingardi e dos especialistas na temática indígena Inimá Ferreira Simões e
Wilkie Buzatti Antunes, visitarão no dia 16 a terra indígena Sororó, região de
forte atuação da guerrilha do Araguaia no final dos anos 60 e durante e década
de 70. Em pauta está a Comissão da Verdade Suruí, recentemente criada por
indígenas da etnia Aikewara, também conhecidos como Suruís do Pará, para investigar
casos de tortura, morte e desaparecimento de índios durante o período da
repressão militar.
No dia 17, a CNV realizará, a
partir das 15h, uma audiência pública na Câmara Municipal de Marabá para ouvir
relatos de camponeses que sofreram repressão e perseguição do regime. Essa é a
primeira vez que a Comissão Nacional da Verdade faz uma audiência pública em
cidade que não é capital de estado. O evento será realizado em parceria com o
Comitê Paraense de Verdade, Memória e Justiça, que investiga casos de violações
cometidas no estado do Pará.
Desde sua criação em maio deste
ano, esta é a terceira vez que a CNV vai ao Pará. Em outras ocasiões a Comissão
esteve em Belém e na região do Araguaia,
colhendo depoimentos de pessoas que sofreram com a repressão da ditadura na
região. A audiência do próximo dia 17 será a segunda realizada no Estado, e a
oitava realizada pela Comissão da Verdade em território nacional.
Dando continuidade aos trabalhos
no Araguaia, no dia 18 a CNV irá ouvir depoimentos de três ex-soldados que
atuaram na repressão a militantes de esquerda e de pessoas contrárias ao regime
da região de Sororó. Esses depoimentos podem ajudar a esclarecer como
funcionava a organização militar, quais eram as estruturas e quais ordens eram
enviadas a essa parte do Brasil durante a época de repressão.
Agenda:
16/11: Chegada da CNV ao
Araguaia e visita à terra indígena Sororó. (São Domingos do Araguaia, cerca de
100 km de Marabá).
17/11: Audiência Pública em
Marabá. Às 15h, no auditório da Câmara Municipal de Marabá. Endereço: Rod.
Transamazônica Km 01, Bairro Amapá.
18/11: Oitiva de ex-soldados que
atuaram na região durante o regime militar.
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