O mínimo é grandioso!

A Copa das Copas! O slogan do governo federal para o mundial no Brasil espalhou-se como um “vírus” nas pautas dos telejornais nesta semana. As melhores matérias traziam entrevistas com estrangeiros afirmando que: “O Brasil é o melhor país do mundo!”, e mais: “O Brasil é o melhor lugar para se viver”, e do fundo do âmago: “Tudo aqui é perfeito!”
Dilma e os discípulos petistas entravam em orgasmos a cada nova matéria com elogios a organização do evento e ao fracasso das previsões catastróficas das mídias nacional e internacional. E não podemos negar! A Copa das Copas esta sendo no Brasil, mas neste ponto é importante fazermos uma ressalva: não podemos confundir o sucesso dos gramados com a realidade para além dos muros das arenas.
Apenas 51,7% das obras de mobilidade urbana e aeroportos nas cidades-sede foram entregues. Dos 45 projetos inaugurados, 15 estão incompletos por causa de atrasos e cancelamentos. Das 74 obras de mobilidade e das 13 em aeroportos, 32 foram descartadas para a Copa e devem ficar prontas somente depois da competição. Nossa... Não entregamos nem metade das obras de mobilidade urbana e conseguimos fazer a Copa das Copas?!
Os gringos estão radiantes! O Brasil oferece a eles: praias exuberantes, hotéis fantásticos – com diárias caríssimas –, orlas policiadas – lembremos que em muitas cidades-sede o contingente policial está sendo canalizada para a proximidade de hotéis e hospedagens­–, e muitas mulheres, e de qualquer idade! A ONG sueca ChildHood, especializada em projetos de proteção à infância, fez um estudo sobre o aumento de casos de exploração sexual de mulheres e crianças em sedes de grandes eventos esportivos nos últimos anos e afirma que há uma explosão dos casos de exploração sexual durante a Copa de 2014 .
A melhor matéria da semana foi exibida pela Rede Globo, um grupo de holandeses esperava na Estação da luz, em São Paulo, a chegada do trem. Enfim, ele chegou! Lotado? Claro que não! Reservaram um vagão para os laranjinhas. Acredite! Ele estava vazio em plena quarta-feira no final da tarde. Enquanto isso, o povo paulista, que diariamente sofre como sardinhas em latas, têm o grau de seu sofrimento elevado com menos vagões a disposição em nome de privilégios aos flamengos. Será que holandesas sabem o que é esperar seis meses por uma mamografia?
Não sou um pessimista! Queria acreditar na utopia, mas não posso fechar os olhos para a realidade: Para um mundial, no qual não se esperava nada, fazer o mínimo é grandioso!

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