Apagão da Dilma?
A base da matriz elétrica brasileira é
hidráulica e deverá continuar a ser assim ainda por muito tempo. A
hidroeletricidade é uma das fontes mais limpas de energia e tem seu custo
relativamente baixo quando comparado às demais.
No entanto, o risco da matriz com base
hidráulica está no clima. Se chove pouco, todo o sistema perde capacidade de
geração. A eletricidade nesse tipo de matriz só se estoca sob a forma de água
acumulada em reservatórios. Porém, a grande maioria das hidrelétricas
construídas a partir dos anos 90 não tem mais reservatório. Ou seja, a água que
se acumula junto à barragem é para uso corrente. A quantidade que chega à
barragem é a mesma que sai pelas turbinas. Por isso, no chamado "período
úmido", com chuvas abundantes, essas hidrelétricas são mais utilizadas
porque os rios que as alimentam estão volumosos. E como não acumulam água além
do necessário para uso imediato, nos anos de chuvas abundantes o
"excedente" é vertido, sem passar pelas turbinas instaladas nas casas
de força. Trata-se de uma energia inexplorada. Isso acontece eventualmente em
Itaipu, por exemplo, e é o que ocorrerá em Santo Antonio, Jirau ou Belo Monte,
diferentemente de Tucuruí, Serra da Mesa, Três Marias, Furnas, Sobradinho,
usinas com reservatórios.
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