Logística do Enem será revista
Um aumento recorde de 1,4 milhão de
inscritos confirmados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) vai obrigar o
governo a rever toda a logística da prova. Serão necessários mais locais de
aplicação, fiscais e incremento na segurança, além de uma estrutura maior de
distribuição - o que deve resultar na alta de gastos. Com recorde de
inscrições, o exame teve um salto ainda maior de candidatos autodeclarados
pretos, pardos e indígenas - grupo beneficiado pela Lei de Cotas nas
universidades federais.
Enquanto o número total de inscritos
subiu 24% entre 2012 e 2013, a alta do grupo considerado cotista cresceu 29%. A
proporção de pretos, pardos e indígenas (PPI) no Enem chegou a 56%, maior até
do que o Censo registra na população brasileira, de 51%.
Neste ano, 7,1 milhões de candidatos
confirmaram a inscrição, sendo que cerca de 5 milhões são isentos da taxa de
inscrição por terem renda baixa ou estudarem em escola pública. O Ministério da
Educação (MEC) já considera a ampliação do número de municípios onde o exame
será aplicado. “Vamos ter de repensar a logística de impressão, distribuição,
segurança. Também vai ter de haver um crescimento no orçamento”, afirmou o
ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
A expectativa do ministério era de que
as inscrições ultrapassassem um pouco os 6 milhões, mas o número real foi além
das estimativas em mais de 1 milhão. O ministro não quis fazer uma avaliação do
custo extra que isso acarretará, mas acredita que não deve passar dos R$ 46 por
aluno investidos em 2012. Se a conta estiver correta, o orçamento chegará R$326
milhões - R$ 60 milhões a mais que no ano passado.
TEXTOS
Uma das preocupações do MEC é
encontrar mais professores especialistas em correção da redação. Depois de
descobrir que provas com receitas de macarrão instantâneo e hinos de clubes de
futebol tinham recebido boas notas, a pasta tornou mais rígidos os critérios de
correção, diminuindo de 200 pontos para 100 a diferença máxima entre as notas
dadas pelos dois corretores iniciais e que obriga a redação a ir para um
terceiro corretor. Com isso, o número de correções deve aumentar, exigindo mais
professores especializados.
(Agência Estado)
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